quarta-feira, 12 de março de 2014

Último Fla x Bolívar remete à venda de Zico: 'Claro que eu não queria sair'

Craque afirma ter conseguido patrocínio para permanecer no Rubro-Negro, mas diz que vontade de Antônio Augusto Dunshee de Abranches era mesmo negociá-lo


Por Rio de Janeiro
OGlobo020683 (Foto: Acervo O Globo)'O Globo' de 2 de junho de 1983, véspera de Fla x Bolívar, noticia a venda de Zico (Foto: Acervo O Globo)
Se o jogo entre Flamengo e Bolívar desta quarta-feira é recheado de expectativa por parte dos rubro-negros, o último embate entre os clubes, realizado em 3 de junho de 1983, foi para lá de esvaziado. O Fla já estava eliminado daquela Libertadores e jogava apenas para cumprir tabela. Motivo relevante mesmo era o seguinte: um dia antes do duelo, o jornal "O Globo" estampou em sua capa a venda de Zico ao Udinese, da Itália. Na edição do dia 3, em sua primeira página, a mesma publicação não deu nenhum destaque para Fla x Bolívar e priorizou imagens que revelavam a bronca dos rubro-negros com a transferência. O Galinho ainda não confirmava o fim de sua primeira passagem pela Gávea.

OGlobo040683cronicaflaxbolivarglobo (Foto: Acervo O Globo)Resultado: apenas 1.629 pagaram para assistir à goleada por 5 a 2 do Flamengo. Júlio César Barbosa, Adílio, Robertinho, Elder e Baltazar marcaram para o Fla. Detalhe: cinco dias antes, 155.253 torcedores registraram o maior público pagante da história do Campeonato Brasileiro e testemunharam a maiúscula vitória por 3 a 0 sobre o Santos, que deu ao clube seu terceiro título na competição.

Mais de 30 anos depois, Zico acredita que sua ausência na partida contra o Bolívar não contribuiu para o esvaziamento da mesma. E ele garante: apesar da oferta vantajosa, não queria deixar a Gávea.

- Claro (que não queria sair), porque não tinha motivo nenhum para ser vendido, eu estava muito bem no Flamengo. Não tinha porquê de eu querer sair. Agora, eu tinha de defender meus direitos. Há oportunidades na vida que não se pode perder - disse ao GloboEsporte.com.
No dia 4, um após o jogo, destaque para goleada rubro-negro foi mínimo em 'O Globo' (Foto: Acervo O Globo)


No dia 1º de junho, o então presidente rubro-negro Antônio Augusto Dunshee de Abranches disse que faria de tudo pela permanência de Zico, mas transferiu a responsabilidade para o craque. Garantiu ter oferecido o maior salário da América do Sul ao eterno camisa 10 e encerrou o pronunciamento com a seguinte frase:

- Agora só me resta pedir a ajudar de todos, principalmente da torcida. Nunca pensei em entrar para a história como o presidente que vendeu Zico - afirmou, em reportagem publicada por "O Globo" em 2 de junho daquele ano. 

Dunshee ficou marcado, sim, como o presidente que vendeu Zico. E o maior de todos da história rubro-negra garante que a proposta rubro-negra não foi nada vantajosa. Vai além: afirma que conseguiu cifras interessantes para permanecer no Flamengo.
Claro (que não queria sair), porque não tinha motivo nenhum para ser vendido, eu estava muito bem no Flamengo. Não tinha porquê de eu querer sair 
Zico, hoje, aos 61 anos
- Quem tentou e conseguiu o patrocínio fui eu. Consegui um patrocínio da Adidas que me pagasse o que ia ganhar lá (na Itália). A Adidas iria pagar o valor (da transferência) e o dividiria em 24 meses. O Flamengo veio me dizer que essa proposta da Adidas já fazia parte da oferta que o Flamengo tinha feito (recusada por Zico). Aí eu vi que o Flamengo não queria renovar. Vou dar um exemplo: vamos dizer que o Flamengo me ofereceu 20, e eu consegui 40 com a Adidas. Aí eles disseram que esses 40 já estavam incluídos na proposta que na verdade era de 20. Mas não estavam, queriam mesmo era me vender - esclarece.

Em reportagem concedida ao "Globo" na conturbada semana, o irmão mais velho de Zico dentre os homens, Zeca Antunes, relatou que a mãe deles, Dona Mathilde, chorava muito com a situação. Ainda tratou como falta de respeito o fato de várias pessoas terem solicitado que o pai deles, Seu Antunes, a poucos dias de completar 82 anos, intercedesse de forma contrária à venda do ídolo.
OGlobo030683_diadojogo (Foto: Acervo O Globo)Zico é surpreendido ao chegar da Alemanha com notícia de 'O Globo'. (Foto: Acervo O Globo)
- Eu procurei me afastar nessa época (Zico viajou à Alemanha, onde participou da despedida de Paul Breitner e desembarcou no Brasil um dia após Dunshee de Abranches tornar público que um acerto com a Udinese estava na iminência de acontecer), mas a pressão era muito grande. Fiz tudo que foi possível para permanecer, mas vi que por parte do Dunshee ele não queria nada, a intenção dele não era me manter - relata hoje, aos 61 anos.

Por fim, Zico explica que o Flamengo fez de tudo para vendê-lo, pois, caso não o fizesse, dificilmente lucraria na frente. Vários diretores manifestavam-se favoravelmente à negociação. Eduardo Motta, vice-presidente geral à época, citava que era muito difícil competir com o mercado europeu.

- O problema maior da renovação era o seguinte: se o Flamengo renova comigo, dificilmente teria chance de receber algo na frente. Ao fim desse contrato, eu teria passe livre. Eu tinha 30 anos (em 1983), ao fim de um novo contrato (com o Fla) eu teria 32. Naquela época, para o jogador pegar o passe (ter o passe livre) era preciso ter 32 anos de idade e outros dez de clube. Eles viram a venda (em 83) como a única chance de receber alguma coisa - elucida.
OGlobo090683_avendaanunciadapeloglobo (Foto: Acervo O Globo)'O Globo' noticia venda em 8 de junho, confirmada pelo Galo no dia seguinte (Foto: Acervo O Globo)
Em 9 de junho de 1983, Zico confirmou que havia aceitado a proposta do Udinese. E se despediu desta forma:

- Quero acabar onde comecei: no Flamengo. Quando terminar meu contrato com a Udinese, voltarei ao Brasil para disputar a Copa do Mundo de 86. Tenho certeza de que o Flamengo terá um lugar guardado para mim. E o tempo vai passar rápido. Cláudio Adão foi e já voltou; Falcão também, e Edinho já cumpriu metade de seu contrato. Quando começarem a sentir falta de mim, estarei voltando - afirmou, em matéria publicada por "O Globo" em 10 de junho de 1983.

Zico cumpriu a promessa: voltou aos braços de torcida rubro-negra, foi campeão duas vezes e pendurou as chuteiras da forma que projetava. Antônio Augusto Dunshee de Abranches entrou para a história como o presidente que vendeu o ídolo. 

E o Flamengo x Bolívar do dia 3 de junho de 1983 passou despercebido. Os rubro-negros esperam que o desta quarta-feira, às 22h, no Maracanã, seja diferente.
OGlobo140683 (Foto: Acervo O Globo)Adílio herda a 10 de Zico e a veste pela primeira vez em treino, no dia 13. Carlos Alberto Torres, técnico rubro-negro na época, achou por bem dar ao meia a camisa que pertencia ao maior ídolo do Flamengo (Foto: Acervo O Globo)

Arena Amazônia é inaugurada em Manaus

(FIFA.com) Segunda-feira 10 de março de 2014
Depois da Arena das Dunas, em Natal, e do Beira-Rio, em Porto Alegre, neste domingo (09/03) o Brasil ganhou mais um novo estádio nestes três primeiros meses de 2014: a Arena Amazônia, em Manaus. Na partida inaugural, o Nacional, de Manaus, empatou em 2 a 2 com o Remo, do Pará, e foi eliminado nas quartas-de-final da Copa Verde, a competição entre clubes do Norte do Brasil.
A Arena Amazônia será sede de quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo da FIFA - Inglaterra e Itália, pelo Grupo D, dia 14 de junho;  o confronto entre Croácia e Camarões, pelo Grupo A, dia 18; Estados Unidos x Portugal, pelo Grupo G, dia 22; além de Suíça x Honduras, dia 25, pelo Grupo E.
Para o jogo inaugural, somente 20 mil dos 40 mil lugares que estarão disponíveis nos jogos da Copa do Mundo, foram utilizados. Estiveram presentes na primeira partida na Arena o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o governador do Amazonas, Omar José Abdel Aziz; o prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto e o CEO do Comitê Organizador da Copa do Mundo da FIFA, Ricardo Trade.
“A realização desse jogo é uma prova de que a Arena já tem condições de se submeter aos eventos-teste. Então, acho que o Amazonas, a Amazônia e o Brasil estão de parabéns”, comentou o ministro Aldo Rebelo.
Além das autoridades, assistiram ao jogo entre Nacional e Remo celebridades do Amazonas, entre elas o lutador José Aldo, campeão mundial na categoria peso-pena do UFC.
Nascido no bairro Alvorada, onde está localizada a Arena, José Aldo é um apaixonado por futebol e lembra com carinho do tempo em que jogava pelada na rua com os amigos de infância e das tardes em que assistia jogos no Vivaldão, estádio que foi demolido em 2010 para a construção da Arena Amazônia.
“Ter frequentado o Vivaldão e hoje estar aqui é uma sensação maravilhosa. Conheço várias estádios da Copa do Mundo e a Arena Amazônia, se não for a mais bonita, está entre as mais bonitas com certeza”, disse.
A beleza do estádio também foi destacada pelo CEO do COL, Ricardo Trade, que ressaltou a importância da Arena Amazônia para o desenvolvimento do futebol local.
“O visual externo e a associação da arquitetura do estádio com a natureza amazônica é muito interessante. A Arena é muito confortável e o gramado atende a todos os requisitos do COL e da FIFA. Mas gosto de lembrar também o quanto a Arena Amazônia pode acrescentar como legado para o futebol da região, assim como os dois Campos Oficiais de Treinamento no Amazonas, um com capacidade para 15 mil torcedores e outro apto a receber 5 mil pessoas”, comentou Ricardo Trade.
A partida foi o primeiro teste para a Copa do Mundo da FIFA e o governador Omar José Abdel Aziz chegou ao estádio dizendo-se feliz e apreensivo ao mesmo tempo, uma vez que a operação estava sendo testada.
“Teremos que corrigir alguns problemas ao longo do tempo. É como construir a nossa casa. Só concluímos a obra quando nos mudamos para dentro dela e vamos fazendo os ajustes necessários”, comparou o governador, ao reconhecer que o grande mérito da obra é do povo amazonense.
“Se houve esforço de alguém, é do povo amazonense que construiu essa beleza de obra. Espero que ela possa dar grandes frutos para o nosso futebol  e para o Estado do Amazonas”.
Já o prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, disse que a Arena Amazônia pode ajudar a cidade a aumentar sua visibilidade dentro e fora do Brasil.
“Temos agora em Manaus um aparelho de primeiro mundo. Com a Arena Amazônia e com o Centro de Convenções localizado ao lado do estádio, o objetivo conjunto da prefeitura e do governo do Estado do Amazonas é colocar Manaus no mapa mundial do turismo esportivo e de eventos. Temos tudo para conseguir isso”, analisou.

Copa do Brasil

Goleadas, nomes bizarros e casos folclóricos: as curiosidades do torneio

Copa do Brasil começa nesta quarta: veja quais são os maiores e menores públicos, artilheiros, partidas que não terminaram e jogadores com 15 minutos de fama


Por Rio de Janeiro

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Chris Weidman quer provar que é 'muito melhor' do que Vitor Belfort

Campeão dos pesos-médios do UFC diz que terá que passar por desafios brasileiros em sua divisão e que está triste em seguir adiante após Spider

O atual campeão dos pesos-médios do UFC, Chris Weidman, ganhou o prêmio de Lutador do Ano no World MMA Awards, o "Oscar do MMA", na noite de sexta-feira. No tapete vermelho do evento, todavia, o americano mostrou já estar de olho em seu próximo desafio: sua segunda defesa de cinturão, contra Vitor Belfort, no evento principal do UFC 173, em 24 de maio, em Las Vegas.
- É um grande desafio, é uma pessoa completamente diferente do Anderson Silva. Ele é mais baixo, mas é mais poderoso, é completo... Ele tem muita experiência, é confiante. Vai ser um desafio duro e eu estou empolgado para ir lá e lutar. E eu quero ir lá e dominar, eu não quero vencer por vencer. Eu quero provar para ele que sou muito melhor do que ele - disse Weidman ao Combate.com.
A luta contra Belfort será a primeira do americano após dois combates contra Anderson Silva, que reinou sobre a divisão por quase sete anos e teve uma revanche imediata após ser derrotado por Weidman em julho de 2013. Em dezembro do mesmo ano, o nova-iorquino obteve nova vitória por nocaute técnico, quando o brasileiro se lesionou ao dar um chute e ser incapaz de continuar. O campeão disse sentir um pouco de dificuldade em seguir adiante após duas lutas memoráveis.
Weidman discursa após receber o prêmio de Lutador do Ano no World MMA Awards (Foto: Evelyn Rodrigues)
- É quase triste. Eu já comecei a visualizar a minha luta contra o Vitor, e eu me sinto mal, não gosto de deixar o Anderson Silva para trás nos meus sonhos. Então, estou muito triste, sabe? Foi o momento da minha vida enfrentar o Anderson Silva. Ele é um dos caras nos quais me inspirei por muito tempo e é um pouco triste seguir adiante - afirmou.
Weidman também admitiu que deve ter lutadores brasileiros pela frente por um bom tempo. Depois de vencer Anderson duas vezes, ele tem Belfort pela frente em seguida. O presidente do UFC, Dana White, declarou recentemente que Lyoto Machida seria o próximo da fila se derrotar Gegard Mousasi no UFC: Machida x Mousasi, no próximo sábado, em Jaraguá do Sul, e Ronaldo Jacaré também está bem cotado na categoria - é o terceiro colocado no ranking do Ultimate.
- Há um monte de brasileiros bons na minha divisão, são grandes desafios e eu terei que passar por eles. Não há outro caminho para mim. Eu amo o Brasil, mas terei que passar por todos eles, me desculpem - declarou Weidman.
Por Direto de Las Vegas

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Promotor afirma ter indícios de que alguém da Lusa recebeu dinheiro para escalar Héverton

O promotor Roberto Senise Lisboa (foto), que investiga o "caso Héverton", afirmou na noite de domingo ter "indícios fortes" de que alguém da Portuguesa recebeu dinheiro para que o jogador fosse escalado contra o Grêmio.

- Há indícios de que alguém no clube recebeu vantagem e acabou prejudicando a Portuguesa. O que é certo é que o técnico Guto Ferreira não sabia da situação do jogador. Ao que tudo indica, houve problema no meio do caminho, na comunicação do clube - afirmou o promotor em entrevista para a "Rádio Bandeirantes".

- A questão é quem ganhou dinheiro com isso, e alguns indícios apontam para isso. A máfia no futebol não esta restrita apenas ao apito - disse Senise Lisboa, em referência ao caso "Máfia do Apito", de 2005.

O promotor diz que este momento está "constituindo todas as provas em torno do recebedor" e que o passo seguinte será investigar o pagador da eventual quantia. 

- Vamos dizer que os indícios são fortes (de que alguém recebeu), provas ainda estão em fase de constituição. É muito esquisito um clube afirmar que não sabia da suspensão de um jogador apenas na última rodada do Campeonato Brasileiro. Tem que analisar com o devido cuidado, é muito estranha a situação.

A "falha de comunicação" a que se refere Roberto Senise Lisboa se deu entre os advogados Osvaldo Sestário Filho e Valdir Rocha. O primeiro representou a Portuguesa no julgamento de Héverton, em 6 de dezembro, portanto antes da última rodada do Brasileiro.

Sestário diz que informou Valdir Rocha (funcionário da Portuguesa) sobre a suspensão de Héverton e apresentou fax e conta telefônica como provas. Rocha rebate e diz que nunca foi avisado por Sestário. Os dois serão ouvidos pelo MP.
- Existe uma divergência entre Valdir e Sestário, mas essa divergência se resolve por meio de provas, que o Ministério Público já obteve ou está em vias de obter - disse o promotor.

Um dos indícios apontados por Senise Lisboa para acusar "alguém da Portuguesa" é que o clube sabia que Héverton seria julgado no dia 6 de dezembro.

- A Portuguesa recebeu a informação no dia 3 de dezembro, portanto não é válido o argumento de que o clube não sabia do julgamento - disse o promotor ao blog na semana passada.

Orlando Cordeiro de Barros, vice-presidente jurídico da Portuguesa, afirma que há diferença entre o clube saber que o julgamento ocorreria e saber do resultado do julgamento.

- A Portuguesa sabia que ocorreria o julgamento, tanto que teve um advogado lá (Osvaldo Sestário). Mas o clube não foi informado do resultado do julgamento. Se o clube foi informado, eu quero saber, porque aí já posso punir internamente aqui quem soube.

Copa Brasil Infantil: São Paulo conquista segundo título seguido

Neste domingo (26), na final da 19ª Copa Brasil de Futebol Infantil de Votorantim, cidade a 90 quilômetros da capital paulista, competição organizada pela Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria de Desporto, no Estádio Municipal Domênico Paolo Mitideri, o São Paulo/SP venceu o clássico diante do Corinthians/SP, nos pênaltis, e ficou com o título pela segunda vez consecutiva.

No tempo normal e na prorrogação, muito equilíbrio, mas poucos momentos de perigo, talvez em função do forte calor. Nos pênaltis brilhou a estrela do goleiro Thiago Couto, autor de duas defesas, em chutes de Zé Gabriel e Carlos. Lucas Melo acertou a trave corinthiana, mas Danilo fez o gol que decretou a vitória são-paulina por 5 a 4. 

O São Paulo tornou-se o maior vencedor da história da Copa Brasil de Futebol Infantil, ao chegar ao seu quarto título: 1991, 1992, 2013 e 2014. 

Apesar do vice-campeonato, o Corinthians teve o artilheiro (Fabrício, com quatro gols) e o goleiro menos vazado (Guilherme, dois gols).




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014